terça-feira, 27 de maio de 2008

Menino, menino, vai com calma.

Ontem voltando pra casa, recebi uma ligação do meu melhor amigo. Ele me liga com uma voz tensa e sofrida, descrevendo o quão pacato seu dia havia sido. "Agora estou dando volta no centro, fui na banca, comprar umas revistas e tudo e tal..."
E eu pergunto o que havia acontecido para a voz tão pseudo-segura: "Le, mandei um SMS falando que o fds havia sido legal e que sinto o cheiro dele no meu travesseiro"...
Até aí tudo bem, dá um ar de "quero mais", "você foi bom de cama"...
Mas não. A resposta venho como navalha cortante: "Menino, menino, vai com calma".

A questão é: Vai com calma? Poxa, a pessoa entra na vida da outra, existe uma interação, existe o ato, e quando uma das partes apenas comenta o que achou de tudo aquilo é levado como "encrenca"?

Será que a vida contemporânea é esperar por alguém que realmente não existe? Quantas portas iremos ter que bater até alguém entender que a vida é feita para ser vivida de momentos marcantes e de interação com pessoas.

É mais ou menos como o meu dilema pessoal: Não quero ser tirado e colocado da vida das pessoas. Tá, canceriano não é facil, eu sei. Ele é fraternal, ele é envolvido, e eu sei que sou intenso nas relações e minha essencia é buscar mais do que sexo, é buscar intangibilidade de sentimentos, é buscar olhares profundos, é buscar música no fim da noite...

E eu não considero isso um problema. Não vejo isso como um absurdo. Não busco melancolia, busco felicidade.

E é o que eu digo ao meu amigo. Sua essência é dar valor ao teu corpo, ao teu santuário. É beijar a boca daquele que não te diz te quero, mas que te olha transparecendo calma e felicidade por ter você por perto. E não perca essa essencia. Não vire uma sex machine. Você é mais do que isso.

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